O poder da palavra e do testemunho.

"Naquele tempo, João convocou dois de seus discípulos, e mandou-os perguntar ao Senhor: És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?” Eles foram ter com Jesus, e disseram: “João Batista nos mandou a ti para perguntar: ‘És tu aquele que há de vir, ou devemos esperar outro?’” Nessa mesma hora, Jesus curou de doenças, enfermidades e espíritos malignos a muitas pessoas, e fez muitos cegos recuperarem a vista. Então, Jesus lhes respondeu: “Ide contar a João o que vistes e ouvistes: os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, e a boa nova é anunciada aos pobres". (Lc 7,19-22)

No evangelho, a pergunta dos discípulos de João era para confirmar se Jesus era de fato o Senhor, o Messias, o Emanuel (que significa: Deus Conosco), aquele que já nas profecias do antigo testamento prometia sua vinda e que nos livraria da escravidão do pecado, através de sua ação redentora.

Ao lhe perguntarem, Jesus não responde com palavras, mas com ação eficaz que dá perfeito testemunho de quem ele é. Curando doenças, enfermidades, expulsando espíritos malignos de muitas pessoas, cegos que recuperaram a vista, mortos que ressuscitam, paralíticos que voltam a andar, entre muitos outros milagres. Então Jesus manda-lhes contar a João o que vistes e ouvistes, pois muitos comentavam o que Jesus realizava por onde passava.

Meditando esse evangelho, podemos notar o quanto nossas ações podem dar testemunho de quem somos nós. De fato, somos criados por Deus a sua imagem e semelhança (Cf. Gn 1,26), somos imagem e semelhança do Amor, da Justiça, da fidelidade, do Caminho, da Verdade, da Vida...  Atribuições que expressam com palavras a natureza divina, sendo Deus infinitamente maior que elas, mas que nos ajudam a conhecê-lo.

Diante disso, podemos nos perguntar: Será que nos conhecemos? Será que nossas ações têm dado testemunho de Amor, da justiça, da fidelidade, de um caminho que conduz a verdade e a vida?

Certa vez escutei uma verdade através de uma frase que nunca mais esqueci: “A palavra convence, mas o testemunho arrasta”.

Essa frase caiu perfeitamente nesse evangelho, pois somente Deus tem palavras de vida eterna (Cf. Jo 6,68), capaz de convencer, pois ela é viva e eficaz (Cf. Heb 4,12). Além disso, Jesus não só fala, mas dá testemunho de quem ele é.

Infelizmente existem pessoas que acolhem palavras malditas, essas são marcadas e fragilizadas às vezes pelo resto da vida, palavras que as influenciam e enganam a muitos que nela acreditam, e que as tomam como verdade para si: os palavrões, insultos, discriminações de vários níveis, entre muitos outros... Essas palavras não edificam, não provém da verdade, não respeitam sua dignidade, identidade, não te levam a um encontro consigo mesmo, mas que são capazes de criar traumas e feridas naqueles que as acolhem. Se as palavras benditas tem o poder de fazer o bem e edificar, as malditas tem o de fazer mal e destruir. Tome posse somente do que te edifica!

Podemos notar o quanto as palavras e o testemunho tem poder, não só de revelar quem somos nós, mas de arrastar pessoas pelo caminho que estamos trilhando.

Assim também funciona a comparação do testemunho e do contra-testemunho, ambos podem propor um caminho, mas antes devemos nos perguntar, quem estamos seguindo e de quem estamos dando testemunho com nossas palavras e nossas ações?

Sabendo que Deus é Amor e que somos sua imagem e semelhança, somos convidados a percorrer o caminho que nos conduz a vida, esse convite é um convite de amor, que nasce do respeito a sua liberdade, mas que não cessa de te convidar a percorrer e estar nesse caminho de verdade e vida, e vida em abundancia.

Os santos compreenderam muito bem isso e foram muito felizes, conheciam-se e tiveram intimidade com seu criador. Com seu testemunho, arrastavam uma multidão que fizeram e fazem a diferença no mundo em que vivemos. Propagando o amor, vivendo a verdade, saindo de si e indo ao encontro do outro, para que esse tenha uma vida melhor.

Procuremos não propagarmos palavras e testemunhos malditos, que ferem o coração, a vida de muitos, nos afasta de Deus, de nós mesmo e de nossos irmãos.

Vivamos com a dignidade de filhos de Deus, criados a sua imagem e semelhança. Peçamos a graça de Deus para assim como os santos, vivermos bem e felizes, dando um testemunho autêntico através não só de nossas palavras, mas também com nossas ações.



* Allan Farias (Comunidade Católica Pequeno Rebanho)
Paz e Bem !
(Equipe do Crisma) 

Parecidos com o Mestre

A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar de amor despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discipulo, uma adesão a toda sua pessoa ai saber que Cristo o chama pelo nome (cf. Jo 10,3). É um "sim" que compromete radicalmente a liberdade do discípilo a se entregar a Jesus, Caminho, Verdade e Vida (cf. Jo 14,6). É uma resposta de amor a quem o amou primeiro "até o extremo" (cf. Jo 13,1). A resposta do discípulo amadurece neste amor de Jesus: "Eu te seguirei por onde que que vás" (Lc 9,57).


O Espírito Santo, que o Pai nos presenteia, identifica-nos com Jesus-Caminho, abrindo-nos a seu mistério de salvação para que sejamos filhos seus e imrãos uns dos outros; identifica-nos com Jesus-Verdade, ensinando-nos a renunciar a nossas mentiras e ambições pessoais; e nos identifica com Jesus-Vida, permitindo-nos abraçar seu plano de amor e nos entregar para que outros "tenham vida nele".

Para ficar verdadeiramente parecido com o Mestre, é necessário assumir a centralidade do Mandamento do amor, que ele quis chamar seu povo: "Amai-vos uns aos outros, assim como eu vos amei" (Jo 15,12). Este amor, com a medida de Jesus, com total dom de si, além de ser o diferencial de cada cristão, não pode deixar de ser característica de sua Igreja, comunidade discípulo de Cristo, cujo testemunho de caridade fraterna será o primeiro e principal anúncio: "Nisso conhecerão todos que sois os meus discípulos" ( Jo13,35).

* Documento de Aparecida (Pag. 73 e 74)

Paz e Bem !
(Equipe do Crisma)